terça-feira, 3 de setembro de 2019

Cartas Para Cientistas Mortos - R.S.Boning - Editora Sumayer

O Autor R.S.Boning em parceria com a Editora Sumayer, acaba de publicar o seu mais novo livro: "Cartas para Cientistas Mortos".
O livro é narrado em formas de cartas (10 no total) que são escritas pelo personagem principal Nicholas e direcionadas para Filósofos, pensadores e cientistas, onde Nicholas utiliza as leis e teorias de cada um deles para explicar sua vida e principalmente o amor.
O interessante é que Nicholas, o personagem principal do livro possui Síndrome de Asperger (o que hoje engloba o que conhecemos como TEA - Transtorno do Espectro Autista) e ter uma história narrada, vendo o mundo por os olhos de um Autista é uma proposta bem diferente.
O livro já se encontra a Venda no site da Amazon, nesse link: https://amzn.to/2k04V8j
Segue abaixo capa e sinopse:


O AMOR PODERIA SER EXPLICADO PELAS LEIS MAIS FAMOSAS DA CIÊNCIA? 

   O jovem Nicholas foi diagnosticado com Síndrome de Asperger aos cinco anos de idade, mas para quem não sabe disso ele é o típico nerd solitário e triste. Não tem amigos, apenas aproveitadores circunstanciais, que se tornam as melhores pessoas na semana das provas e somem assim que elas passam. O que lhe resta de socialização se encontra no seu gato Luke e no relacionamento abstrato que mantém com as obras dos cientistas mortos que lê.

   Ele é apaixonado por Lunna, a menina mais inteligente da sala, mas que diferente dele, é superpopular e sociável. Mas ninguém sabe dos seus sentimentos por ela, principalmente ela. E ele prefere que se mantenha assim.

    Nicholas compreende todas as leis da ciência, diferente dos seus colegas de sala ou de boa parte da população mundial. E como a maioria das pessoas também não é capaz de compreendê-lo, ele acredita que se pudesse falar com esses cientistas, eles poderiam entendê-lo. E é isso que ele passa a fazer, escreve cartas para cientistas mortos.

    Nicholas inicia as cartas falando sobre sua vida, existência e cotidiano, mas conforme escreve, passa a fazer uso de metáforas e alegorias, utilizando as leis científicas para explicar o amor e o que sente por Lunna.

    O amor é um sentimento abstrato e por esse motivo não pode ser provado cientificamente, mas para Nicholas é diferente, o amor é físico: pois pode causar a mais terrível das dores ou ser o mais eficaz dos analgésicos.


quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Fico feliz por estar estudando Filosofia.

   Quem me conhece sabe que desde pirralho o meu sonhe é estudar cinema, fazer cinema, escrever roteiros, contar histórias, fazer arte, emocionar as pessoas. Já ouvi muitos: "você vai morrer de fome", "no Brasil não tem mercado pra cinema", "você vai ter que sair do país". Eu sempre levei isso na boa, minha ambição não é de ficar rico fazendo filme, minha ambição é de ser feliz fazendo o que eu gosto, ser realizado naquilo que eu sei que vou acordar segunda de manhã animado pra fazer. E eu tenho a consciência tranquila de que, quando se faz o que se gosta você faz bem feito e quando se faz bem feito, você tem notoriedade e notoriedade abre portas pra quem antes só via paredes. Eu não sou positivo demais, eu só sei que, seja o que for que eu tenha à fazer, eu vou dar o meu melhor, eu vou fazer como se estivesse fazendo pra mim, porque sou exigente e de mim eu não aceito menos do que o meu melhor.

~Então porque você ainda não está estudando cinema, ou, pelo menos, 
fazendo um curso de roteiro se esse é o seu sonho?~

   Eu quase comecei, faltava apenas uma prova, mas minha mãe ficou doente, ela não podia ficar sozinha e eu decidi que eu deveria cuidar dela. (Não estou me vitimizando ou colocando a culpa nessa situação. Eu desisti do curso consciente, sabendo que sou novo, que tenho toda uma vida pela frente e que muitas outras oportunidades viriam). Decidi que para não ficar parado estudaria à distância, um curso que eu gosto muito, que é filosofia. Mas, de qualquer forma, faria a prova que faltava para o curso de cinema, só para ver qual seria meu resultado. Então pedi conta do trabalho, sai da cidade e voltei para roça. Mas infelizmente minha mãe faleceu. (No dia em que eu iria fazer a prova, só me dei conta disso dias depois).

     Bem, eu já havia pedido conta do trabalho, tinha preparado a mudança, ganhado uma bolsa no curso de filosofia e perdido a prova do curso de cinema. Então decidi me manter na roça mesmo, pois as provas para o curso de cinema só voltariam daqui um ano. Eu decidi que iria terminar o curso de filosofia e então tentar cinema novamente. Nos meus planos futuros cogitei até a ideia de lecionar a disciplina, algo antes impensável para mim. Quando iniciei filosofia eu já sabia que minha vocação não era (e não é) ser professor. Não estou desmerecendo a profissão, só não é o MEU sonho. Tanto que, pretendia fazer Bacharelado em filosofia e não Licenciatura, não estava nos meus planos me tornar um professor de filosofia, mas sim um filósofo (não que um educador não seja um filósofo). Mas ao invés de me aprofundar nas áreas pedagógicas que a licenciatura me levava, preferiria me aprofundar ainda mais na filosofia e isso o bacharelado poderia me proporcionar. Pois bem, estou cursando filosofia à distancia, já estou no final do quarto período e com isso os meus planos de retornar para a cidade e estudar cinema se tornam cada vez mais fortes. E foi fazendo planos que cogitei a possibilidade de dar aula de filosofia. Ensinar o que estava aprendendo não me parecia má ideia, na verdade, me parecia indispensável.

      Lembro como surgiu minha paixão por filosofia. Eu sempre fui um garoto muito ingênuo, acreditava em tudo que via, em tudo o que me contavam ou em tudo que eu lia. Eu estava no segundo ano do Ensino Médio e até então achava filosofia um tédio completamente dispensável, me dava sono e o lema dessa disciplina pra mim era (literalmente) : "Só sei, que nada sei". Um dia, os professores de história, geografia, filosofia e sociologia, resolveram unir forças e montar uma atividade em conjunto, um trabalho para os alunos, propuseram temas e a função dos alunos era englobar todas as disciplinas nesse tema proposto. Lembro que o meu tema foi holocausto na segunda guerra mundial. Eu adorava esse tema e tirei de letra, fiz videos e slides dos judeus sendo mortos, falei sobre os ataques nazistas, câmaras de gás, campos de concentração, fiz quase todo mundo chorar.

Fim

Eu pensei.

 E foi nesse momento que aconteceu algo que me fez amar filosofia. Não foi o professor de filosofia que me questionou, foi o professor de história. Na maior frieza, enquanto os outros professores me elogiavam, ele me perguntou: "E o outro lado?" Eu fiquei sem entender "como assim o outro lado?"; "Essa é a versão dos judeus" ele me disse, "Onde está a versão dos nazistas? Eles contam uma história diferente dessa que nos apresentou. Você precisa me mostrar isso e eu decido em qual versão eu acredito." Eu fiquei sem reação, só consegui dizer: "Mas isso é uma teoria de conspiração, não é?" E ele voltou a dizer: "Seja o que for, é a versão do outro lado, é a resposta, o direito de defesa. Você não pode beneficiar um lado só porque acredita nesse lado, você deve ser imparcial, me apresentar as versões da mesma história e eu decido quem está certo na minha opinião. Suponhamos que Carlos e Lucas se odeiam e eles brigaram. Rebeca é amiga de Carlos e Alice é amiga de Lucas. E Carlos e Lucas brigaram. Eu não vi a briga e nem você. Então eu me aproximo de Carlos e pergunto: “Quem começou a briga?” E querendo se defender de uma punição, Carlos responde: “Foi o Lucas quem começou”. Mas então eu dou a chance de Lucas se defender e pergunto: “Lucas, quem começou a briga?” E querendo se defender Lucas responde: “Foi o Carlos quem começou”. Então eu fico sem entender. Em quem eu posso confiar? Então eu vou até as testemunhas, as meninas que viram a briga e pergunto: “Rebeca, quem começou a briga?” E tentando defender o amigo Carlos, rebeca responde: “Foi o Lucas quem começou”. Mas eu preciso ouvir a outra testemunha, e pergunto: “Alice, quem começou a briga?” E tentando defender o amigo Lucas, Alice responde: “Foi o Carlos quem começou”. O que aprendemos com essa historinha? Que não existe verdade, não existe conhecimento! Quem começou a briga? Saberia me responder?” 

Meu professor me deixou apresentar a versão nazista sobre o holocausto na aula seguinte e desde então eu deixei de ser o garoto ingênuo que acreditava em uma cena bonita com um som de piano ao fundo e passei a questionar tudo, a buscar mais fontes, a ouvir o outro lado, o direito de resposta, a pesquisar, a estudar. Foi um professor de história com uma alma profundamente filosófica que abriu meus olhos e me fez ser um “amigo da sabedoria”.

Hoje leio a noticia de que essa disciplina irá se extinguir dos currículos escolares do Ensino Médio. Então eu fiz como meu professor me ensinou: Busquei o outro lado, o direito de resposta, mas não encontrei. Eu entendo essa vontade de "tentar" seguir o modelo americano, onde o aluno estuda somente aquilo que servirá de base para o que de fato pretende se profissionalizar, sem gastar tempo em disciplinas que não serão utilizadas em seu trabalho. Mas acontece que a filosofia é um direito universal, as noções de moral e ética ficarão a cargo de quem? Das religiões? Em um Estado "que se diz" Laico? Os questionamentos fundamentais da vida só surgirão em uma possível crise existencial do aluno? Isso não será estimulado pelo professor? A filosofia abriu caminhos para todas as outras ciências, foi lá, nos pequenos questionamentos do dia-à-dia que brotaram a matemática, a física, a biologia. O garoto ingênuo de anos atrás retornou a mim por um momento e me perguntou: "não seria mais uma teoria de conspiração?". Se essa é uma teoria de conspiração, é uma das melhores já feita, ou melhor, das piores já feita. Tirar a filosofia do Ensino Médio, é como criar alunos do nível ingênuo que eu era antes de conhecer a filosofia de verdade. E isso é bom para o governo. Eles vão criar uma massa alienada, que não questiona, que aceita tudo e que trabalha sem reclamar. Robôs de um sistema, que estudam não para entenderem sua função no mundo, mas sim, somente aquilo que seja suficiente para serem controlados e moldados como ótimos servos zumbis.

Eu dou graças por estar estudando filosofia, pois eu sei que agora, mais do que nunca, é minha obrigação transmitir meus conhecimentos ao máximo de pessoas possíveis. Vou poder ensinar aos meus filhos algo que, talvez, no futuro eles não aprendam na escola mais. É uma responsabilidade social. Sozinho eu não tenho força alguma, nós, como educadores temos a missão de passar à frente tudo que aprendemos, abrir a mente dos jovens, para que a filosofia não morra no Brasil, como um dia já aconteceu...

R.S.Boning

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Baseado em quê, ou em quem?


Onde está o modelo em que se baseia o padrão de beleza atual? Seriam os atores de Hollywood? Baseado em quê, ou em quem, eu posso apontar o dedo a uma pessoa e dizer: “você é feia”, ou “você é bonita”? Baseado no desenho do Homem Vitruviano, ou o quadro da Mona Lisa, ambos de Leonardo da Vinci, quem sabe? Como posso saber quem é bonito ou feio? Estou comparando-os a quem? Que base ou estudo eu uso para chegar a tal julgamento? E eu, sou bonito ou feio?

Talvez a resposta para essas e muitas outras perguntas seja a moda. "Graças à supremacia das imagens, instaurou-se a tirania da perfeição física. Hoje, todas querem ser magras, leves, turbinadas”. As pessoas gostam de seguir moda, de fazer parte de um grupo que segue tendências, de serem aceitas por uma minoria que ‘diz saber’ o que é belo. E as pessoas aceitam, seguem e fazem o que é imposto. Tem a dieta da moda, a roupa da moda, o corpo da moda, o cabelo da moda, o sapato da moda, e por ai vai. Seguir uma dieta não é tão difícil, comprar uma roupa ou sapato, fazer um corte de cabelo diferente não é algo irrealizável, mas quando o foco é o corpo da moda, ai o jogo muda de figura. Para serem reconhecidas como belas, as pessoas pagam um preço alto, apelam a cirurgias plásticas, colocam silicone, preenchem os lábios, esticam as rugas, entre outros métodos, com o uso de medicamentos e anabolizantes. As academias nunca estiveram tão cheias. Quando a busca é por saúde, tentando se livrar de uma vida sedentária e inativa, onde o corpo clama uma ativação de músculos e circulação sanguínea, tudo bem, mas as atividades de hoje nem se quer possuem acompanhamento médico, o que comprova que é apenas uma busca superficial, tentando atingir estereótipos.

Precisamos aceitar nossas ‘imperfeições’ (se não existe ser perfeito, claro que todos nós possuímos imperfeições particulares que nos definem). 

“Abaixo a insistência em fabricar mulheres sem marcas nem diferenças capazes de individualizá-las”. Entender que é preciso ser diferente, que nem todos possuem o mesmo gosto. Gordo, magro, pequeno, alto, loiro, moreno, cabelo grosso ou fino, são apenas questões genéticas, cada um possui sua metade. O importante de verdade é viver bem consigo mesmo, e não viver com neurose, acompanhando as modas lançadas. 

Ser único é a verdadeira moda.

R.S.Boning

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

“EXTRAORDINÁRIO”


O livro nos apresenta August Pullman, que é mais conhecido como Auggie, um garoto que nasceu com uma doença rara. Trata-se de uma síndrome genética que lhe causou uma séria deformidade no rosto quando ele ainda estava no útero de sua mãe. Por conta disso, desde muito pequeno, teve que ser submetido a várias cirurgias e cuidados médicos extremos.
O inicio do livro é narrado pelo próprio garoto que tenta se descrever para nós, dizendo que, como nasceu com lábios leporinos, possui uma grande cicatriz sobre a boca que é meio puxada, fazendo seus dentes aparecerem mesmo com a boca fechada. Uma de suas orelhas fica quase na sua bochecha, devido às várias cirurgias e plásticas que fez para acertar sua deformação. Um de seus olhos é bem fechado, enquanto o outro é mais aberto. Sua cabeça possui falhas em alguns lugares, onde não nascem cabelos. E ele completa dizendo que por mais aterrorizante que poderia tê-lo imaginado, sua aparência é bem pior do que isso.
O interessante da história, é que, devido Auggie narrá-la no inicio do livro, o leitor acaba se afeiçoando a ele e o fato dele contar como sofre preconceito das pessoas antes mesmo de conhecê-lo, como as pessoas se assustam com sua aparência, como fazem aquela típica expressão de pena ou nojo. Como as pessoas são superficiais, sendo capazes de julgá-lo pelo o que o seu rosto mostra e não quem ele é de verdade. E o principal, julgam-no sem ele ter culpa alguma de ter nascido dessa forma.
A história se inicia de verdade quando Auggie resolve ir à escola. Auggie nunca havia frequentado uma escola antes. Sua mãe era a responsável por suas aulas... até agora. Quando chega o momento disso tudo mudar, ele tem plena consciência de que não será nada fácil começar o quinto ano em um colégio, onde terá que lidar com outras crianças. Auggie terá como tarefa, provar a todos, que apesar de possuir um rosto diferente, ele é um menino com sonhos, desejos, como qualquer outro.
A partir daí, a narração do livro passa a ser intercalada entre Auggie, seus familiares e amigos. Dessa maneira o livro passou uma visão bem ampla de tudo que acontecia ao redor. O interessante, é que às vezes julgamos um personagem (como a irmã mais velha de Auggie, que tratava o garoto com certa rejeição), mas quando ela narrava a história, explica que não daria preferência a Auggie só pelo fato dele ter nascido assim, que ela o vê como uma pessoa ‘normal’, que ela não o rejeita e sim que somente não tinha pena dele como as outras pessoas. Ela sabia que ele era especial, mas o pior já havia passado e ele sabia se virar, não precisava de todos rodeando-o como se fosse feito de porcelana. Ela também conta como ela foi rejeitada pelos pais quando o irmão nasceu, a atenção era toda para ele. Ela foi esquecida e Auggie ficava com todo carinho, atenção e amor dos pais, enquanto ela teve de crescer e se adaptar. Mas que amava o irmão mais do que tudo.
Quando o garoto vai para escola, três colegas passam a tratá-lo muito bem, ele é recebido como um rei. Eles conversam com ele, lhe dão atenção, oferecem ajuda nas tarefas, lhe acompanham na hora da merenda. Auggie nunca tinha imaginado que seria tão bom assim, que faria amigos tão facilmente. Eles parecem nem mesmo notarem sua deformação. Tudo vai bem até ai.

Como estava perto do Halloween, a professora deixou que os alunos viessem fantasiados na aula do dia seguinte. Auggie contou aos amigos que iria fantasiado de Darth Vader de Star Wars. Quando o dia seguinte chegou, Auggie não achou sua fantasia de Darth Vader para ir à escola e então pegou uma que se parecia com a morte e que tinha usado no Halloween passado. Ele esperou que os amigos descobrissem quem era ele. Auggie se sentou ao lado deles e não disse nada e então ouviu um deles perguntar aos demais se Auggie não iria vir, pois tinha dito que viria fantasiado de Darth Vader e ainda não tinha chegado ninguém assim. No que outro responde que espera que ele nem venha, pois não aguenta mais ficar andando com Auggie só pelo fato do diretor ter pedido. E outro fala que tem nojo de comer com ele na hora do recreio e que ficar olhando sua deformação lhe dá náuseas. Outro ainda diz que deve ser bom para Auggie ter um dia para vir de máscara e não precisar mostrar a cara feia. E o último completa dizendo que se tivesse um rosto como o de Auggie, se mataria.

O menino sai correndo, chorando e vai para casa. Ele finalmente entendeu porque todos o tratavam bem, porque o próprio diretor lhes pediu para que fizessem isso, mas agora sabia o que pensavam de verdade sobre ele. E isso doía muito.

O menino decide nunca mais voltar à escola e sofrer novamente esse tipo de humilhação. Ele não precisa da piedade das pessoas. Ele só queria ser visto como alguém normal, pois não tinha pedido para nascer assim. Ele se deprime, não conta a ninguém o que aconteceu ou ouviu, mas diz a mãe que não deseja mais voltar para aquela escola.

A irmã de Auggie não entende o porquê de o irmão estar assim, mas resolve conversar com ele e sondá-lo e aos poucos o garoto conta tudo para irmã, o que ouviu e como aconteceu. E ela lhe diz que ele não pode desistir de tudo por conta daqueles seus falsos amigos babacas, que o fato dele ir à escola deve beneficiar somente ele mesmo. E que os outros são somente os outros. Ela lhe fala que os falsos amigos não sabem que ele ouviu tudo aquilo, então ele tem a chance de voltar a escola e se vingar de todos, ignorando-os. Ele não precisa da amizade deles, mas eles sim, devem isso ao diretor. Ela propõe que Auggie volte e dê o seu melhor, por ele.

Auggie volta para a escola e faz como a irmã lhe disse: ignora todos aqueles que zombaram dele. E então, um dia sentado no refeitório da escola, uma garota se aproxima e pergunta se poderia se sentar com ele (ninguém nunca senta na mesma mesa que Auggie se senta). Auggie logo a questiona se foi o diretor que a mandou ali para fingir lhe dar atenção e ser amiga dele. No que a garota responde que não, que ela foi porque quis, que o refeitório estava muito cheio e a mesa dele era a única vazia. Que ela tinha acabado de descobrir a traição de suas amigas e não tinha ninguém para conversar. E os dois começam a conversar, e a partir de então passam a sentarem juntos todos os recreios. Certo dia eles estavam conversando sobre sonhos, o que mais desejavam e ela pergunta o que Auggie mais deseja no mundo todo. No que ele diz que queria que as pessoas fossem vistas como são de verdade e não fossem julgadas pela sua aparência e que, dessa forma, ele pudesse um dia ser aplaudido de pé por muitas pessoas, pelo o que ele é de verdade.

A história se segue, os dois sempre juntos. Um dos antigos amigos de Auggie vem para lhe pedir perdão, por ter falado coisas ruins dele nas suas costas. Mas que ele quer mudar, que gostava da companhia do amigo e que sente falta dele, se eles não poderiam voltar a serem amigos, dessa vez sem interesses. E Auggie o perdoa. Eles passam a ser três na mesa e esse número vai aumentando a cada dia, sempre que uma pessoa conhece Auggie de verdade.

O ano termina e como é costume na escola, o diretor faz uma reunião com os alunos, pais e professores, como se fosse uma pequena formatura dos alunos, na sua passagem para a nova turma. E o diretor dá medalhas aos alunos que tiraram as melhores notas, aos que tiveram o melhor comportamento, aos que faltaram menos, entre outros. E então ele cria uma nova categoria, uma medalha ao aluno mais corajoso, que passou por cima de todas as suas limitações para alcançar aquilo que deseja. Nesse momento ele chama Auggie ao palco e lhe entrega uma medalha. Nesse instante o garoto olha para todos na platéia e todos se levantam e o aplaudem de pé. Auggie realiza o seu sonho e chora de emoção.

 

CONSIDERAÇÕES:
 A história de Auggie é mais comum na nossa realidade do que imaginamos. A sociedade é cruel, as pessoas são cruéis. A "perfeição" é quase como uma regra. Se alguém não está dentro desse padrão, pode vir a sofrer, e muito. Enquanto lia esse livro eu ficava o tempo todo me chamando de idiota, por lembrar quantas vezes zombei dos meus colegas de escola pela sua aparência (por serem gordos ou magros demais, por terem orelhas, nariz ou dentes grandes demais). Esse livro trata da ética (ou falta dela) na escolar e no meio social. O livro é tocante e muito atual, abordando o tema Bullying ao extremo. Fazendo o agressor se colocar no lugar do agredido.
REFERÊNCIAS:

Palacio, R.J. Wonder, 2013. Publicado no Brasil em 2013, pela editora Intrínseca com o título ‘Extraordinário’, tradução de Rachel Agavino. 1ª Edição.
R.S.Boning

sábado, 23 de janeiro de 2016

“QUESTÃO DE TEMPO”


O filme conta a história de Tim, um rapaz que aos 21 anos recebe uma notícia fantástica de seu pai, que ele, assim como todos os homens da família, possui um dom único, a capacidade de voltar no tempo. Basta apenas que eles estejam em um lugar escuro, que fechem as mãos, fechem os olhos e pensem no período ao qual desejam voltar, e pronto. Eles voltarão a essa época. No inicio Tim não acredita muito no pai, mas logo resolve fazer um teste e para sua surpresa, realmente funciona. Mas existem algumas regras a serem seguidas: Tim só pode voltar para uma época que já viveu, ou seja, ele não pode voltar para uma época anterior ao seu nascimento, e depois que esteja no passado, só poderá retornar até o futuro que já havia vivido, antes de viajar ao passado.
O filme então passa a ter uma levada cômica, pois Tim se utiliza desse ‘dom’, para conseguir conquistar uma namorada. Sempre que algo de errado acontece em um encontro, ele volta alguns minutos no tempo e concerta o erro, sempre buscando melhorar, voltando e revivendo tudo novamente, quantas vezes forem precisas, para que tudo saia perfeito. Em um encontro, Tim acaba conhecendo Mary, e se apaixona por ela e claro, sempre se utiliza do seu dom para que tudo saia perfeito.
O enredo do filme sempre vai seguindo essa levada cômica/romântica, criando cenas divertidas e embaraçosas, que logo em seguida são revividas pelos personagens, de forma diferente.
O filme consegue transmitir muito bem as características de cada personagem, consegue passar bem a relação de Tim com a família, com a namorada, com os amigos e o telespectador acaba se identificando em muitas das situações vividas.
Tim e a namorada noivam, se casam, tem filhos. Todos esses acontecimentos são detalhados no filme, e claro, sempre revividos e concertados por Tim, para que tudo saia perfeito. Até que no aniversário de sua filhinha, a irmã de Tim sofre um acidente de carro e ele retorna no tempo, para reviver esse momento e assim, salvá-la. Ela é salva, mas Tim descobre que a irmã só sofreria o acidente, porque havia brigado com o namorado e bebia muito. E ele percebe que a irmã está infeliz, que a única forma de ajudá-la de verdade, é fazendo com que ela perceba que precisa mudar de foco. Largar o namorado, arrumar um parceiro melhor, parar de beber, se manter em um emprego. E ele decide mostrar isso a irmã, voltando no tempo mais uma vez, e deixando que o acidente aconteça, para que ela possa refletir sobre tudo isso enquanto se recupera do acidente no hospital.
O filme se segue com mais algumas cenas engraçadas, mostrando como a irmã de Tim mudou de rumos na sua vida, conheceu outro namorado, se casou e teve até um filho, assim como Tim, que também teve outro filho. E então o filme vai chegando ao seu fim, quando Tim recebe uma ligação da mãe, dizendo que o pai está com câncer e está muito doente. Todos vão até lá visitar o pai de Tim, que então resolve dividir outro segredo com o filho. O pai de Tim lhe diz para que o filho viva os dias sem concertá-los, que os viva, como deveria viver, sem voltar no tempo e concertar o que quer que seja, e então, quando o dia chegar ao seu fim, que Tim retorne e o reviva de novo, mas sem alterar nada, mas que ele repare no que não tinha reparado, que ele aproveite o que não tinha aproveitado, e que o faça com gosto.
No último ato do filme, o pai de Tim vem a falecer, e Tim, com saudades, sempre volta no tempo, no seu último encontro com o pai. E quando a saudade bate, ele volta mais uma vez, e outra, e outra. Até perceber que não pode viver isso sempre, que precisa seguir, que a morte deve ser encarada. Ainda mais quando a esposa de Tim propõe que eles tenham mais um filho, e acontece que se ele voltar no tempo sempre, pode ser que mude algo sem querer, e um milésimo de segundos, pode ser suficiente para que o espermatozóide a fecundar o óvulo de sua esposa, seja outro, e assim, seu filho poderá nascer outro. Então ele percebe que não pode mudar tudo, que precisa seguir e viver como uma pessoa normal.
A partir desse dia, Tim não pode mais voltar para ver o pai, e inclusive, abre mão de viver o mesmo dia duas vezes, como o próprio pai o havia aconselhado, Tim passa a viver o dia apenas uma vez, e ao invés de voltar e concertar algo, ele passa a já tentar fazer tudo certo, sabendo que, se caso ele não possuísse esse ‘dom’, só teria apenas uma chance. Então ele passa a viver seus dias, como se fossem únicos, como se não existisse a oportunidade de mudá-los, como se fosse o último. Ele se doa ao máximo, para que tudo seja perfeito, se empenhando para isso, com afinco. Ele deixa de voltar no tempo e passa a viver como todas as outras pessoas, vivendo uma única vida, apenas uma vez, correndo o risco de errar, de não conseguir, mas dando o seu máximo, para que o dia seja perfeito.

CONSIDERAÇÕES:

O filme trata, obviamente, da teoria do caos, teoria das cordas e aborda temas de reflexão, como: se possuísse o poder de voltar no tempo, o que mudaria? Usaria esse dom para quais finalidades? Se beneficiaria? Além de mostrar que mesmo possuindo o dom de controlar o tempo, não temos controle sobre a morte, por exemplo. É um filme suave, romântico, engraçado e ao mesmo tempo filosófico. Filosófico, porque como dizia o filósofo Heráclito, bem 'traduzido' em outras palavras por Lulu Santos: 'nada do que foi, será de novo do jeito que já foi um dia'. O filme pode demonstrar para alguns, algo encarado como o segredo da vida: viver sem medo, viver intensamente cada momento, compreender que erros e acertos fazem parte da trama diária e nos oferecem igualmente experiências valiosas.

REFERÊNCIAS:


About Time, Quetão de Tempo (BR). Com duração de 123 min, Lançado em 2013. Dirigido por Richard Curtis e Distribuído pela Universal Pictures.
R.S.Boning

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

“O DOADOR DE MEMÓRIAS”


O livro nos apresenta uma civilização pós-apocalíptica que sobreviveu a vários ataques nucleares, não existe nada além da ‘cidade’ onde vivem. Chamo de ‘cidade’, mas é como uma colônia, eles vivem em um gigantesco pico construído, acima das nuvens, onde não correm o risco de se contaminarem com a radiação. A autora faz uma boa introdução, explicando quase todos os detalhes dessa comunidade e como eles vivem.
É uma sociedade monocromática, todos os cidadãos enxergam apenas preto e branco por conta de uma medicação que tomam todos os dias ao saírem de casa. Essa droga não só os faz enxergarem tudo preto e branco, como também os impede de sentir desejo por outras pessoas, ou qualquer outro tipo de sentimento. Nessa sociedade ninguém sente dor, tristeza, mágoa, raiva. Mas ai que vem o ponto forte, pois não ter sentimentos ruins é bom, mas também ninguém sente nada bom, ninguém nessa sociedade sente amor, alegria, ternura, etc... Nessa sociedade não existe mentira, todos devem dizer a verdade. Não existe, crime, doença, pobreza e nem mesmo música. Todos são monitorados, tudo é organizado, tudo é programado.
O livro é narrado em terceira pessoa e aborda a perspectiva de Jonas, um menino prestes há completar doze anos, e com isso ele será um DOZE, o que quer dizer que terá sua profissão escolhida e participará do último evento da maioridade. Para eles não importa os anos que vem depois dos 12 anos.
O mundo que o garoto vive é perfeito, mas ele nem imagina que já existiu um mundo com pobreza, com roubos, mortes, guerras. Nessa sociedade ninguém tem o direito de guardar recordações. Quando a sociedade foi criada, a memória de todos foi apagada, ou melhor, somente uma pessoa possui todas as antigas memórias desse mundo, somente essa pessoa conhece o que é música, o que é amor, o que é felicidade, o som dos animais, tudo. Ele conhece tudo, ele é o Guardião de Memórias. Mas ele já está velho e precisa de um jovem que o substitua.
E ai a história se inicia. Jonas vai até uma cerimônia onde cada criança que completou seus doze anos recebe sua profissão, onde trabalhará para sempre, pela comunidade. Como não existe relação entre as pessoas, mulheres recebem a profissão de serem genitoras de todas as crianças da comunidade. Caso nasçam gêmeos, aquele mais pesado vai viver e o mais leve é levado para outra comunidade. É isso o que é dito as pessoas quando outras pessoas morrem, que elas vão para outra comunidade. Assim não existe dor nem desespero.
Apesar de não existir ralação entre as pessoas, quando atingem determinada idade, são escolhidos um homem e uma mulher para formarem uma família, eles não dormem juntos, nem mesmo se tocam, mas são responsáveis por criarem uma criança que lhe é entregue. E a criança os chama de pai e mãe.
Na cerimônia de escolha de profissão, Jonas é o último a ser chamado e ele recebe a maior missão de todas, ser o novo guardião de memórias. Ele vai receber todas as memórias do antigo guardião. Ele será o receptor, e o guardião passará a ser o Doador de Memórias.
O livro toma um pouco de fantasia, pois o guardião consegue transferir as memórias para Jonas, através do toque de mãos. Quando o guardião pensa na memória e segura na mão de Jonas, as memórias são passadas ao garoto. Tudo vai muito bem. Jonas fica fascinado com todas aquelas novas experiências. Ele passa a enxergar colorido, ouvir belíssimas músicas, que lhe dão um bem estar maravilhoso. Ele passa a conhecer todos os animais que existiram. Ele conhece a dança, o sabor de uma fruta, o calor de abraço. Tudo aquilo é muito maravilhoso e ele então começa a questionar com o guardião, porque não mostram todas aquelas memórias para todas as pessoas. São sensações que todos deveriam experimentar. No que o guardião lhe mostra outra memória, a cena de uma guerra, homens matando homens, tiros, explosões, fome, dor, miséria. E então o guardião lhe explica que por conta da dor, eles também deixaram de sentir amor. Pois um sentimento bom, se não correspondido pode causar a dor, então foi preciso acabar com tudo.
Jonas não concorda com isso, ele acredita que sentir dor valeria à pena, pelo fato de poderem experimentar o amor. No que o guardião lhe diz que, caso ele não conte a ninguém, ele sabe um modo de fazer todos receberem essas memórias.
Então eles montam um plano, para que todas as memórias sejam distribuídas entre todas as pessoas da comunidade. Para que todos experimentem aquelas sensações, para que tudo volte a ser como era antes. Para isso, Jonas precisa romper a barreira que separa a comunidade do mundo que há muito tempo deixou de existir.
Eu achei uma explicação um pouco ruim no livro, esse fato de ter de romper a barreira da cidade para que as memórias fossem espalhadas para todos, mas depois eu compreendi a idéia da autora. É uma metáfora, as barreiras da sociedade, representam um muro que aprisiona todos os habitantes na ignorância, no sistema e essas memórias, que representam o conhecimento, precisam romper a barreira da ignorância.
No fim do livro, acontece uma cena de ação, onde tentam impedir Jonas de atravessar a barreira da comunidade. Mas ele acaba conseguindo atravessá-la e todos os habitantes passam a compreender o mundo como ele é. Com cor, com som, com sabor, com sentimento, com conhecimento, com liberdade.

CONSIDERAÇÕES:
Mais uma vez essa história faz analogia à teoria da caverna de Platão. Onde as pessoas são os homens aprisionados na caverna, Jonas é o homem que consegue romper as correntes e volta para libertar os outros e o Guardião de Memórias representa a própria filosofia. Ele detém todo o conhecimento e verdade.

REFERÊNCIAS:

Lowry, Lois. The Giver 1993. Publicado no Brasil em 2009 pela editora Arqueiro, com o título ‘O Doador de Memórias’, tradução de Maria Luiza Newlands. 1ª Edição.


R.S.Boning

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Ler e escrever, os exercícios do saber


Escrever sempre foi um desafio para o homem, não pelo simples fato de unir letras, palavras e frases em um texto, mas pelo desafio de se discutir de forma coerente, um tema proposto, deixando sua opinião, fazendo o uso de argumentos fundados. Como criar uma redação que agrade ao outro? Que será avaliada? Que preencha requisitos mínimos para que seja considerada ‘boa’ ou ‘ótima’? 
Ler, ler muito. Essa é a melhor arma para se escrever e escrever bem. Quando lemos muito, aprendemos a compreender melhor o mundo em que vivemos, ganhamos maior capacidade de concentração, pois, somente se concentrando somos capazes de entender um texto. A leitura nos faz absorver conteúdo, nos faz aprender como são escritas corretamente as palavras, como frases são montadas, como é desenvolvido um texto na linguagem culta, nos ensina a como usar corretamente a pontuação e formular um bom texto. Então ler, seja o que for, sempre lhe fará aprender a escrever. Por outro lado, se desejamos compreender sobre determinado tema ou assunto, se desejamos chegar a uma opinião pessoal sobre algo, existem algumas fontes de leitura que são mais ricas em conhecimento, como o jornal (até mesmo o jornal da TV, que passa informação e não é lido), livros direcionados que discutem temas específicos, ou até mesmo revistas, ou sites jornalísticos. As fontes para se conseguir conhecimento são infinitas. Mas o mais importante no momento em que se faz uma leitura, é usar o seu senso crítico, para assim chegar a sua opinião sobre o fato, tema, ou assunto discutido. Não aceite passivamente o que uma única fonte lhe passa sobre o assunto. Procure outras fontes, questione, entenda o outro lado da moeda. Assim, usando seu senso crítico e a lógica, você encontra argumentos que sejam fundados para poder desenvolver um bom texto ou redação.
Escrever deve ser um exercício diário. E isso conta, até mesmo, com o uso de um diário pessoal. Narrar numa folha de papel como foi seu dia, os acontecimentos do mundo, da sua cidade, seu bairro e das pessoas a sua volta. E é possível fazer treinos onde um dia seja narrado em primeira pessoa; e dias que seja narrado em terceira pessoa, e até, talvez, como um jornalista que analisa o ocorrido. Quem quer melhorar sua escrita, poderia escolher uma notícia do dia e escrever sobre ela, colocando no texto seu ponto de vista. Isso não somente treina a sua escrita, como também desenvolve a capacidade de debater temas, além, é claro, de já estabelecer sua visão sobre aquele fato, tema ou assunto. Deixando-o preparado para um teste futuro, como o E.N.E.M, por exemplo.
Quando chega o grande momento de ser analisado, julgado e corrigido, como quando participamos do E.N.E.M ou do vestibular de uma universidade, é quando se percebe os erros cometidos. A leitura te faz ter um domínio maior da norma padrão da língua escrita, cria em você uma capacidade maior de concentração e interpretação, então você entende o que é pedido e sabe como montar um texto, usando a norma padrão de escrita, mas o mais importante: é dominar o tema proposto. De nada vale conhecer bem as palavras, pontuação, forma de escrita padrão, se não sabe nada sobre o tema proposto para escrever. Esse é o maior desafio, saber um pouco de tudo, absolver conhecimento, estar ligado no que está acontecendo no mundo, e claro, ter uma opinião formada sobre isso, com bons argumentos. Entender os prós e os contras do assunto e saber criar propostas para resolver o problema.
Então, de modo geral, um candidato que deseja se sair bem no E.N.E.M. em um vestibular de universidade, ou mesmo em uma entrevista de emprego, precisa ter uma disciplina diária que envolva leitura crítica (com conteúdo) e escrita.
R.S.Boning

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Educação, a excelência de um futuro próspero


Conviver com o outro, com as diferenças, ter uma boa relação com as outras pessoas, com a natureza e com tudo que lhe rodeia, adaptar-se, ceder, perdoar. Se a vivencia de uma família composta por três, quatro, cinco, dez pessoas, não consegue ser sempre harmoniosa, dentro de quatro paredes. Então como conseguir alcançar um bom convívio com os seus vizinhos, com os moradores do seu bairro, com as pessoas da sua cidade e estado. E indo ainda mais longe, como viver bem no seu país, convivendo com todas as diferenças, com esse misto de culturas, cardápios, gostos, musicalidade, danças, moda, estilo de vida? E um país, sua pátria, já sendo grandioso demais para se tentar imaginar uma boa convivência, te desafio a encontrar uma ‘receita mágica’ para tentar conviver bem com um mundo todo, composto por quase 8 bilhões de pessoas. É, talvez seja mais fácil começar em casa.
Em 1999, a Comissão Internacional Sobre Educação para o Século XXI - UNESCO, coordenada por Jacques Delors, criou um relatório em forma de livro com o título: “Educação: Um Tesouro a Descobrir”. O propósito desse relatório nunca foi encontrar a ‘receita mágica’ do bom convívio humano, mas sim os conceitos fundamentais da educação, ou como são conhecidos: “Os Quatro Pilares da Educação”. Que são eles: Aprender a Conhecer, Aprender a Fazer, Aprender a Conviver com os Outros e Aprender a Ser. 
Existe uma frase que diz: “A educação não muda o mundo, quem muda o mundo são os homens, a educação só muda os homens”. Usando a lógica já aprendida em filosofia e analisando as duas primeiras premissas da frase, é possível deduzir uma conclusão: “A educação muda sim, o mundo”, mas o mundo é formado por pessoas, e é necessário mudar as pessoas. E é ai que surge o primeiro pilar da educação: Aprender a conhecer. É necessário apresentar as pessoas, aos alunos, o interesse pelo mundo que o cerca, rever seus ideais e princípios. Não somente o seu mundo, formado pelas coisas que já conhece, domina e compreende (e perceba com o quarto pilar entra em prática: Aprender a Ser). Porque é sim importante moldar a visão que tem do seu próprio mundo, mas mais importante do que isso, é moldar a compreensão de outros mundos, outras culturas, outras formas de vida e ambientes. Quebrar paradigmas. É preciso causar o estranhamento, mostrar as pessoas e aos alunos, que existe mais do que apenas aquele seu mundo, do que a sua caverna, onde apenas enxerga sombras. Conhecendo o novo, o diferente, convivendo com as diferenças, fará com que as pessoas reinventem o seu mundo, que quebrem os seus padrões culturais, religiosos e tornem-se assim, bebês, que apreciam o mundo pela primeira vez.
E isso me lembra de outras duas frases: “O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe” (Rousseau) e “Só sei que nada sei” (Sócrates). Quando conseguirmos quebrar nossos paradigmas e rever o mundo como bebês, perceberemos que existe muita coisa que achávamos que sabíamos, mas não sabíamos, ou, só conhecíamos um lado da história. Que na verdade, éramos impostos a acreditar, devido a nossos costumes e padrões culturais, sociais e religiosos. Então, agora poderemos nos reprogramar, poderemos reaprender a conhecer esse novo mundo, sem que sejamos novamente ‘corrompidos’. Mas de nada vale reaprender, se não colocarmos em prática o que foi aprendido. E então surge o segundo pilar da educação: Aprender a fazer. E esses pilares estão conectados de forma tão harmoniosa, que quando se aplica o segundo pilar, automaticamente se aplica o terceiro, que é Aprender a conviver com os outros. No primeiro pilar se reaprende a conhecer o mundo, no segundo pilar se aplica esses conhecimentos. Então, quando se compreende que nesse mundo existem diferenças de todos os tipos, como: cor, religião, costumes, gostos diversos na alimentação, música, vestimentas, etc... Percebe-se que cada ser humano é único e que ele merece todo respeito e valor pela sua unidade. Podemos até não aceitar ou estranhar tais padrões, gostos e tendências, é nosso direito. Mas precisamos entender que cada ser humano possui suas referências de excelências, baseados no ambiente onde viveu e vive. 
E então surge mais uma vez o quarto pilar da educação: Aprender a ser. Compreenda-se, entenda que assim como as outras 7,2 bilhões de pessoas do mundo, você também possui suas particularidades, que é único nas suas atitudes, gostos, padrões, tendências e que, assim como merece do seu próximo total aceitação e respeito por isso, também precisa aceitar e respeitar o próximo por suas particularidades, mesmo não aceitando. É preciso compreender que Aceitação e Respeito, são excelências completamente diferentes. Perceberá que suas noções de Moral, Ética e Valor, são baseadas nos ambientes em que vive, no que aprendeu com seus pais, com a escola, com seu governo, com sua religião, mas que, não necessariamente, são a verdade. Podem até ser a verdade para você, mas não pode impor como verdade para o outro. Isso é respeitar sem precisar aceitar.
O homem é um ser de caráter mutável, um ser imperfeito, um ser em processo de auto-criação, adaptação e aprendizado. O homem que iniciou esse texto, não é o mesmo homem que agora o finaliza. Existe algo a mais, tanto para quem escreveu, tanto para quem leu. O pouco de conhecimento aqui passado, reforça ainda mais as premissas dos quatro pilares da educação. No inicio éramos um homem, agora somos outro e amanhã seremos outros mais, estamos mudando, aprendendo, conhecendo. E a educação é a principal responsável para um futuro próspero, com homens mais tolerantes.
R.S.Boning

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Cidadania

É fácil utilizar a palavra ‘Cidadania’, mas é difícil defini-la; É mais fácil analisar a cidadania quando usamos como base o cidadão, como exemplo. O cidadão é aquele que detém a cidadania, que a utiliza, que a pratica. Houve um tempo onde os negros (escravos) não eram considerados cidadãos, eles não detinham a cidadania, e criando essa comparação com quem é considerado cidadão, fica fácil entender a cidadania. Os escravos não tinham participação ativa na sociedade, não possuíam nome, bens, direitos cívicos, não possuíam nem mesmo liberdade, não eram considerados iguais aos outros, eram vistos apenas como mão-de-obra, eles não tinham controle nem pela própria vida. Analisando por esse ângulo, fica fácil entender o que é a Cidadania. 


Na minha concepção, seria preciso que um vírus chamado ‘NOÇÃO’, infectasse cada habitante do Brasil e do mundo para que ações cidadãs fossem praticadas. Seriam noções de ética, para que existisse um respeito mútuo entre as pessoas, mesmo na diferença. Noções de sustentabilidade ambiental, Noções de honestidade, Noções de moral, Noções de amor. E é importante tocar nesse ponto, porque muito se fala da força do povo unido, mas o povo é hipócrita. Sabe aquela frase: ‘faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço’ é isso que o Brasil e o mundo vivem hoje, todos reivindicam a mudança do próximo, mas não mudam suas atitudes para um equilíbrio de convívio e bem comum. É preciso que cada um tenha noção do seu papel no mundo e faça a sua parte. Essa é a verdadeira união. Cada um, no seu lugar, fazendo o que é melhor para ele mesmo e para o mundo. Sem perder os seus direitos, cumprindo seus deveres.

R.S.Boning

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Confusão Inicial

Ai só porque o garotinho não tem braços, eu não posso reclamar?



   Exatamente! 
    Na verdade, reclamar você pode, sim, pode postar sua irritação no facebook, pode mostrar para todos como sua vida é uma droga e como tudo só dá errado. Pode mostrar como você está 'mutilado' por dentro, como tudo o que faz não dá certo e como parece que todos se esqueceram de você...

     Mas de verdade, do que isso adianta? 
     Vai mudar o problema? 
     Vai resolver as coisas?

     A necessidade da 'pena' alheia te fará melhor? 
     Seu problema é mesmo assim tão grande?
     Não poderia ser maior ou pior?

    Percebo isso em pessoas que estão com câncer no hospital, lutando pela vida, pergunte quais delas quer sua 'pena'? 
      Pergunte quais delas desistiram?
    Elas se apegam a quem passa força, a quem as coloca pra cima. Choramingar pelos cantos não muda nada, é preciso lutar!

    Quer resultados? Lute... Ninguém carrega uma cruz mais pesada do que não possa suportar! E também não é obrigado a carregar sozinho, com isso não quero dizer que deva sair choramingando pedindo ajuda e falando do seus problemas pra todos. Quem te conhece e te ama, de verdade, vai te ajudar, não é preciso nem pedir, não é preciso nem chorar. 
     Mas o que é mais importante, abrir mão de querer ser vítima do mundo. De desejar 'pena'. 
     Não quer mais o problema? Então enfrente, resolva o problema. Resolva-o dentro de você.

   Você poderia estar morando em baixo da ponte agora! Poderia estar passando fome e cede no sertão! Poderia estar morrendo em uma cama de hospital! Mas não, você tem uma casa, comida, saúde, uma família, um cobertor em noites frias, pernas para ir onde quiser, para trabalhar e conquistar o mundo. 
    Mesmo assim não está bom? 

    Pare de chorar pelo o que não tem (acorde cedo, tome um banho e lute) e agradeça pelo o que tem!
    Ficar parado, culpando o mundo, não muda.
    Mais atitudes e menos palavras! 

    Se lutasse pelos seus sonhos com a mesma intensidade que chora por não realizá-los, veria a diferença.
    O mundo não precisa de você, você precisa do mundo! 

    Então erga a cabeça, levante e caminhe.
    Esqueça os problemas o passado e sorria.
    Se acha difícil, você não está sozinho.
    Tudo embola na minha mente, volta a confusão inicial!

R.S.Boning.