sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O que é vida pra você???


   Eu acredito que vida, seja aquela sensação maravilhosa que todos sentimos quando acordamos de manhã. Quando a gente abre os olhos e percebe que estamos vivos, que DEUS nos deu mais um dia para aproveitar. Apesar de alguns confundirem, e acharem que se divertir seja: Usar droga (tanto licita quanto ilícita), tirarem sarro da cara dos outros, desmatar uma mata, lançar litros e litros de agrotóxico no nosso solo, humilharem o próximo, ganhar três mil por dia, e por vezes, achar que vivemos num mundo disputado, onde tenho que ser melhor do que o outro.
   Pois bem, mas estou fugindo do meu foco. Minha pergunta inicial foi: o que é vida para você? Já se fez essa pergunta? Você acha bom ter três casas? Um apartamento, uma casa de praia e uma no sitio? É bom não é? Eu sei disso, é muito bom, quem me dera ter três casas, rsrs. E um carrão? Fusca não, pudera, um fusca? Bom mesmo é carro importado, aquele que responde comando de voz, só falta fazer café. Gostaria de ter mil mulheres a sua disposição? Ou no caso das mulheres, mil homens? Seria uma boa, né? Escolher conforme sua necessidade diária. E filhos? Seria bom ter os filhos dos sonhos? Escolher em um catálogo, eu quero esse, não esse não, quero um loirinho, menino para passar o nome adiante, olhos azuis ou verdes? Tanto faz, desde que sejam claros. E um filho que não chore, que não precise trocar a frauda e que não peça tudo que ver na frente. E ai? Isso tudo seria bom? Claro que seria não é mesmo. Seria porque o mundo é egoísta e sem amor. Enquanto você se diverte, revezando nas suas três casas, existem milhares de pessoas passando frio nas ruas, sem um teto. E você pensa: “Que eles se danem, eu trabalhei, conquistei minha vida tão sonhada, vivo no conforto, tenho a família que pedi a DEUS, o azar é o deles”. Gira pelas ruas no seu carrão importado, e quando para no sinal: “Vou fechar esse vidro pra esses trombadinhas não virem pedir dinheiro”. Mas você sabe o que existe por trás daquele “trombadinha”? já se perguntou se ele não é humano e passa fome e frio? Se aquela não é a única forma que ele arranjou de tentar sustentar uma família com sabe-se lá com quantos irmãos. Porque o pai, há o pai, o pai quando era pequeno, era um... Como você chama mesmo? Há claro, “trombadinha”. O pai também tinha que sustentar sua família trabalhando no sinal, porque o pai dele, há o pai dele. Até onde devemos voltar? Onde está o defeito dessa família? Que vive o mesmo ciclo de erros, voltar até Adão, o primeiro homem a existir, será que ele era um trombadinha? Foi DEUS que o fez, a culpa é de DEUS? NÃO, a culpa não é de DEUS, a culpa é da sociedade, a culpa é sua pelo seu egoísmo, em achar que o dinheiro é a fonte eterna da felicidade. Que suas três casas são seu maior orgulho, que seu carro importado não pode ser tocado por um trombadinha que só está tentando se manter vivo por mais um dia. Enquanto você está preocupado com o tempo, porque se amanha estiver frio não vai rolar a praia. Ou a balada. Enquanto você se perde em uma das suas três casas, vendo um filme na sua TV de 60 polegadas, e som surond 5.1 canais. O que é isso?

   – Acha isso certo? – pergunto eu – é realmente tão bom assim? Ganhar três mil por dia, Ter três casas, um carão importado, uma família robô, mil mulheres?

   – Mais claro que sim – responde você cheio de pompa – existe coisa melhor? Durmo na minha casa no sitio e acordo na minha casa de praia.

   – Como você é pobre – digo eu – você é a pessoa mais pobre que eu conheço, e não sabe como eu sou rico. Enquanto você dorme no sitio e acorda na praia, eu viajo o mundo inteiro sem sair do meu quarto, tenho uma estante recheada de livros, posso vagar para Washington, nova York, Japão, o centro da terra, o espaço sideral... e como é divertido.

   – Mais e sua família – diz você querendo me humilhar – não tem família melhor do que a minha, veja minha esposa, como é linda e minha filha, puxou a mãe claro.

   – Família? – pergunto eu – Há, minha família é muito grande, tenho sete bilhões de irmãos e irmãs. E me preocupo cada um deles. E sinto em desprezar a sua, mas a minha é melhor, somos todos filhos de um único pai. Se pudesse ajudar os meus pobres irmãos que moram na África, coitados deles, passando fome e ninguém nem se importa.

   – Diga quem são? – pergunta você querendo parecer preocupado – eu posso ajudar, mandar um dinheirinho.

   – Tudo para você é dinheiro? – grito eu um pouco nervoso – eles não precisam de dinheiro, precisam que pessoas como você os enxergue. Parar de rodar no seu carro hiper confortável e enxergar os problemas do mundo.

   – Mais deixando para lá família – diz você – já que falou sobre carro, tem um carro melhor do que o meu?

   – Tenho sim – digo eu com certeza – meu carro é o meu corpo!

   – Seu corpo?

   – É, meu corpo – explico eu – meu corpo é o meu carro, e a vida é a minha estrada. Todo dia eu vou dirigindo para mais longe, para mais longe. Sem nunca passar por cima de ninguém, eu apenas deixo que a estrada me guie e o carro segue o caminho que tem de seguir. Ás vezes, tenho que pisar no acelerador ou no freio, mas nada demais. Na estrada ás vezes aparecem alguns buracos, e eu apenas desvio.

   – Mas como nunca nos encontramos nessa estrada? – pergunta você confuso.

   – Porque? Você me pergunta porque? Você nunca me encontrou nessa estrada, porque dirige seu carro na direção oposta. Você o leva para um precipício, nesse precipício existe dinheiro, muito dinheiro, o melhor emprego do mundo, drogas, só pessoas bonitas e que te amam(falsas), casas e mais casas.

   – E o seu caminho te leva para onde? – pergunta você – não tens nada no seu caminho? Não existe dinheiro? Não existe emprego dos sonhos?

   – Meu caminho me leva a uma vida saudável. Nada de drogas, nada de pessoas falsas, nada de muito dinheiro, só o necessário ( a vida capitalista nos torna dependente).

   – Disse que no fim do meu caminho existe um precipício – começa você – e no seu, o que há?

   – No fim do meu caminho existe um recompensa, de uma vida que foi regada a amor(verdadeiro), tranqüilidade(dinheiro em excesso trás seus medos). No fim da minha jornada existe o paraíso.

   – Paraíso? – pergunta você sem entender – e o que tem de bom nesse paraíso?

   – FELICIDADE – respondo eu – não gostaria de ir para lá?

   – Gostaria – diz você, não muito certo – mas queria levar meu dinheiro, e as casas, minha família, tudo que eu tenho.

   – Mais no paraíso já irá ter tudo – digo eu – FELICIDADE, quer mais do que isso?

   – Como poderei ser feliz sem dinheiro? Sem meus carros e casas? Sem minha família perfeita?

   – Tenho uma idéia para você – digo eu – se é tão importante para você casa, carro, dinheiro, família perfeita. Faça o seguinte: antes da sua morte, compre para ti um caixão bem grande, muito grande mesmo, quanto maior, melhor. E deixe um testamento dizendo que quando morrer deseja que coloquem suas casas, seus carros, sua família, e tudo mais que é tão importante para você dentro do seu caixão, assim levará isso que é tão importante. Só que há um problema. – completo eu – não poderá entrar no paraíso com tantas coisas, terá que ir para outro lugar se pretendes mesmo levar tudo isso.

   – E nesse outro lugar é bom também? – pergunta você – existe felicidade?

   – Não – respondo eu – nesse lugar é diferente. Só existe dor e sofrimento, mas poderá continuar com suas coisas que lutou tanto para conseguir.

   – E você? Não irá levar nada? – pergunta você.

   – Eu não – digo eu – vivi o que deveria viver. Aproveitei meus dias rindo, brincando, amando(de verdade), dividindo o que tinha com meus irmãos. Não tenho nada a levar, só meu aprendizado que juntei dentro de mim durante essa passagem que é a vida.

   – E sua vida?

   – O que tem minha vida? – pergunto eu.

   – Não é chata? – pergunta você – não pensa em sair desse seu trabalho medíocre, ser um doutor? Ganhar muito dinheiro como eu? Ter carros, casas, e tudo que deseja?

   – Tudo que eu desejo – digo eu abrindo um enorme sorriso – eu não desejo nada, pois já tenho tudo. O que era ruim e atrapalhava minha vida foi deixado para trás, entrou em um caminhão e partiu em encontro do precipício, como você faz. E meu emprego não é medíocre, ele é tão bom e honesto quanto qualquer outro. Não é o emprego dos sonhos de ninguém, mas é divertido trabalhar lá e ganho o bastante para viver, tenho amigos que estão do meu lado pelo que eu sou, e não porque querem andar no meu carrão ou dormir na minha mansão, eles estão do meu lado porque me amam e não porque amam o que eu tenho. Não pretendo casar agora, mas no dia em que casar, minha esposa me amará pelo meu caráter, seriedade e força de vontade. E quando digo força de vontade, não é força de vontade de tentar ser melhor do que meu vizinho, é força de vontade de mostrar que mesmo humilde, levanto todos os dias para trabalhar no meu trabalho HONESTO, que junto meu dinheiro suado para lhe dar o Maximo de conforto que ela merece.

   – Mais que conforto é esse? – pergunta você – que não tem casas e casas, carros e carros, praia todo fim de semana, shopping duas vezes por mês.

   – É o conforto do amor. Ela não precisa de carrões, roupas de marca, ela só precisa de atenção e AMOR.


   Onde está você com seus pensamentos nesse momento? Será que está presente na conversa com os amigos, ou está longe, viajando por lugares distantes?

   Onde está sua felicidade agora? Será que está junto de você, ou está longe, em objetos distantes, em pessoas que se foram, em bens materiais que você ainda não tem?

   Onde está seu sorriso agora? Está em seu rosto, estampando a sua alegria e confiança na vida? Ou será que foi levado por alguém que não está mais aqui? Será que seu sorriso ainda depende dos outros?

   Onde está a sua vontade de viver, agora? Está aí mesmo dentro de você chamando-o, a cada minuto, para as oportunidades, para viver os dias, ou está nas mãos de outras pessoas, e você está perdido sem saber para onde ir?

   Quem é o dono da sua vida, da sua vontade e da sua motivação?

   O que você precisa para ser feliz agora? Um emprego? Será que você não consegue procurar um pouco mais? Quem sabe mudar os rumos? Ou procurar em lugares onde você nunca havia procurado antes?

   Não coloque para si mesmo obstáculos demais! Será que a felicidade está apenas na conquista de um emprego?

   Talvez você precise de um amor.

   Então cultive novas amizades! Lembre-se de que a amizade é a fonte do amor verdadeiro! Procure se aproximar mais das pessoas, quem sabe! Antes de querer ser amado, ame!

   Onde está seu Deus agora? Será que você já o descobriu dentro de você? Será que você já o descobriu nas leis maravilhosas que regem o universo? Na proteção que recebemos, nas chances, nos encontros, nas bênçãos da vida? Será que você já o descobriu nas estrelas, nos mares, nos ventos, no perfume das flores?

   Onde está você agora? No curso mais seguro da vida, tendo sua embarcação sob controle? Ou está à deriva? Distraído pelas ilusões que encrespam o oceano todos os dias?

   Onde está você agora? Buscando um sentido maior para tudo, buscando o crescimento espiritual, ou está preocupado com coisas tão pequenas, incomodado com problemas tão simples?

   É tempo de saber onde realmente estamos.

   É tempo de repensar muitas coisas, de dar um novo sentido a tudo, de redescobrir as coisas mais simples e possíveis, e recriar a vida, colocando-a em seu curso seguro.

   Pense nisso!

   Por vezes nossos olhares se perdem no espaço à procura de algo que se encontra bem perto de nós.

   Outras vezes permitimos que nosso sorriso siga atrelado ao passo de alguém que se afasta de nós...

   Nossa alegria, tantas vezes, perde a força por causa de algo insignificante.

Às vezes permitirmos que a nossa vontade de viver se enfraqueça, vencida pelas ilusões e fantasias...

   No entanto, para que não deixemos de viver o momento, intensamente, é preciso prestar atenção nas horas, no agora, no hoje, para que não deixemos escapar as mais excelentes oportunidades de construir nossa felicidade duradoura. 

R.S.Boning.