domingo, 6 de outubro de 2013

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Pra quem ainda não conhece o livro e gostaria de ter uma pequena sinopse, ela segue logo abaixo:

"se você gosta de aventura-fantástica, magia, suspense e muita alquimia, não pode deixar de ler o meu livro: 'As Pedras de Adão'. Que conta a história de Adão, um menino que nasceu com um único propósito: destruir um maligno e imortal Alquimista chamado Alastor, que pretende dominar o mundo e conduzi-lo pelas suas próprias concepções de perfeição. 
   Andreais, a mãe de Adão, foi a responsável por tornar Alastor Imortal, depois de criar a tão cobiçada Pedra Filosofal e confiar no antigo amigo. Se sentindo responsável, ela decide dar um basta e destruir Alastor, mas como se mata alguém imortal? É então que ela apela aos deuses dos quatro elementos naturais: Fogo, Água, Terra e Ar. Mas os deuses confiam apenas em alguém com o coração puro. Como única opção possível, a mulher engravida e dá a luz ao seu filho, que é capaz de persuadir os deuses e depositar cada poder em quatro pedras. As Pedras de Adão. 
   Será que com tamanho poder, Adão será capaz de destruir Alastor?
   
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LIVRO 3 - Capítulo Dezesseis: Dias de Tristeza e Solidão.

AS PEDRAS DE ADÃO: OS VERSOS ANDREAIS

 
- Capítulo Dezesseis -


Dias de Tristeza e Solidão.

   Adão ouvira uma frase certa vez, que dizia: “A dor é inevitável na vida, mas o sofrimento é opcional”. Ele concordava com a primeira parte da frase. A segunda parte não se aplicava para ele, pelo menos não para aquele momento. Adão já havia sentido dor várias vezes em sua vida, não apenas dores físicas, mas também dores emocionais. O menino cresceu acreditando que sua mãe estava morta, sofreu com isso. Teve sua cidade invadida, seu lar. Perdeu seu pai, vendo-o morrer diante de seus olhos. Teve a tristeza de conviver com sua tia traidora, da qual amava tanto e que lhe atirou em um abismo. Tinha perdido amigos. Tudo isso havia lhe causado uma dor enorme, mas a dor que sentia nesse momento o causou náuseas. O menino vomitou mais uma vez. Adão se sentia tonto, como se não pertencesse mais àquela vida.
   O peito de Adão doía, estava pesado como chumbo. O ar estava lhe faltando. As vistas do menino falhavam, lhe mostrando sombras negras que o consumiam. Adão começou a tremer. Suas mãos, pernas, a cabeça e o tronco vibravam de nervosismo. Ele sentiu um aperto forte no peito e então começou a chorar, na verdade, ele apenas continuou a chorar. O menino começou a puxar os próprios cabelos, desesperado. Suas pernas cederam e ele caiu de joelhos no chão, aos berros. O menino fechou os olhos e desejou a si mesmo que quando os abrisse, tudo estaria bem, todos estariam vivos e saudáveis, de pé à sua frente. Mas quando abriu os olhos, Adão se deparou mais uma vez com o horror da morte de todos que amava. Os corpos ainda estavam a sua frente, cada um com uma perfuração de bala na cabeça.
   O menino sentou no chão e passou as mãos em torno dos joelhos, apertando-os fortemente contra o corpo. Colocou a cabeça no espaço formado entre as pernas e a barriga, como sempre fazia quando ainda era um menininho e queria chorar, procurando segurança em algum lugar. O menino ainda tremia, como se estivesse tendo uma convulsão. Sua cabeça estava tomada por um turbilhão de inexprimível pavor. Adão tinha uma única certeza dolorosa: Estava sozinho no mundo. 
   O menino estava sozinho nessa guerra. Todos que o amavam, que o protegiam e lutavam ao lado dele, estavam mortos. Ele tinha sido golpeado da forma mais baixa e dolorosa possível. Não tinha mais como lutar. Alastor havia lhe roubado as pedras. Seria uma questão de tempo para o mundo ser destruído. E ele assistiria a tudo de camarote. Veria Alastor triunfar a cada dia. Veria Alastor se tornar o que ele sempre desejou, o dono do mundo.
   Adão dormiu ali mesmo, no chão. Talvez ele nem tenha dormido, mas tudo que se seguiu foi como um sonho para o menino:
   Adão andava por um lugar muito bonito, parecia-se com aquelas grandes plantações de trigo, quando já estavam quase chegando ao momento da colheita. Um mar dourado de ramos. E além dessa grande plantação, ele podia ver uma lagoa de água cristalina, que ao invés de ter a tonalidade Azul, emitia uma luz esverdeada. O menino estava sozinho, mas isso não o atormentava, a beleza do lugar era mais do que suficiente para acalmá-lo.
   
De repente Adão ouviu uma voz lhe falar:

   “O mal está presente em tudo! Não há como negar. Ele está presente não apenas na terra, mas também no coração de cada um de seus habitantes. Qualquer um sabe que para se atingir a paz no mundo, esse mal precisa se exterminado. Mas como fazê-lo, amigo? Guerreando contra ele?”

   Instintivamente Adão respondeu em sussurro: “sim”.
   
E a voz voltou a falar:

   “Não, meu amigo. Assim como não se combate a violência com violência, pois só iremos aumentá-la, o mal não se combate com o mal?”

   “Então como?” Perguntou Adão.

   Foi nesse momento que Adão viu um clarão no céu, e um anjo de assas negras começou a vir em sua direção, lentamente. Ele conheceu aquele anjo no mesmo instante, era Ezequiel.
   - Por que só veio agora, Ezequiel? - Perguntou Adão aos gritos, e naquele instante aquele lugar lindo se desfez como se fosse uma miragem no deserto e Adão se viu no mesmo lugar de antes, próximo ao castelo de Bolívar, rodeado dos corpos de seus amigos. 
   O anjo pousou ao seu lado.
   - Adão, Adão, Adão... tudo acontece por um motivo - disse o anjo. - Eu já havia lhe dito uma vez que não poderia ajudá-lo nessa guerra, que eu não poderia lutar. Anjos não se envolvem em conflitos.
   - Mas disse que me auxiliaria - contestou o menino.
   - E não te auxiliei? - Perguntou o anjo.
  - Você deixou que eu perdesse todos os meus amigos. Você deixou que todos eles morressem. Poderia ter me avisado.
   - Tudo é uma questão de percepção, Adão. - Replicou o anjo.
  - Percepção? Eu estou farto dessa história de percepção! O que há de bom em ver todos meus amigos mortos? O que há de bonito na morte?
   - Está sendo egoísta, menino. ? O anjo falou com severidade. ? Você tem um grande coração, Adão e por isso se tornou meu escolhido, mas agora está agindo com grande egoísmo. A morte deixa um rastro de dor para quem fica, mas trás uma nova vida para quem vai. Os seres humanos têm certo receio da morte e a veem como uma coisa ruim. Seus amigos estão tão felizes, estão todos juntos de mim. A morte é um descanso, é uma passagem de uma vida de sofrimento e dor, para uma vida de felicidade e plenitude. Só aceitarei de você, Adão, um sentimento, que é a saudade, todos os outros sentimentos não condizem com a morte. Não quero que se culpe, pois cada um tem o seu momento. Não quero que sinta remorso, pois teve a oportunidade de dizer a eles muitas coisas e não disse, sentiu vontade de abraçá-los e não os abraçou, sentiu vontade ouvi-los dizer muitas coisas, mas não os questionou. Todos temos oportunidades, mas só damos valor a elas, quando não voltam mais.
   Adão assentiu, deixando as lágrimas rolarem nos olhos.
   - É impossível não sentir cada um desses sentimentos.
   O anjo o tocou no ombro e disse:
   - Te aconselho a não senti-los, eles irão lhe fazer empacar na vida.
   - E sobre essa história de vencer o mal com o bem? - Perguntou Adão. - Não era você que me dizia para lutar contra o mal?
  - Não só dizia, como continuo dizendo. Mas quando uso a palavra lutar contra, me refiro a proteção, se proteger. Já ouviu dizerem que a melhor defesa é o ataque? Pois eu lhe digo que o melhor ataque é a defesa. Crie para si um escudo contra o mal, um escudo de bondade. Ainda se lembra do que lhe disse sobre a percepção, de fazer Alastor se ver pelos olhos de Adão?
   O menino assentiu.
   - Pois então, esse é o melhor ataque - falou Ezequiel, - que não deixa de ser a sua defesa.
   Adão abaixou a cabeça de repente.
   - Mas e agora, Ezequiel? Como poderei seguir a minha vida? Como poderei reconquistar tudo que perdi?
   - Adão, nada poderá ser como era antes. - Falou o anjo. - Passe por essa fase, junte tudo que você puder levar de bom. Eu sinto muito, mas os mortos não levantam mais.
   Mais lágrimas escorreram pelos olhos do menino.
   - E essa dor? - Perguntou ele pondo a mão sobre seu peito. - Porque essa dor não passa?
  - Uma dor como essa nunca nos deixa, pequeno - respondeu o anjo -, mas você vai aprender a conviver com ela. Depois de um tempo, vai parecer que a intensidade diminuiu, mas na verdade é você que começou a se acostumar com ela. E vai ser assim a cada dia, até só sobrar um resquício de dor, como uma picada de uma formiguinha. Mas a cada lembrança que tiver, essa dor voltará a machucá-lo. Se quer um conselho de um anjo, lembre-se de que o tempo é o melhor remédio e só ele é capaz de curar todas as feridas.
   - E pelo o que parece, terei muito tempo - murmurou Adão. - Alastor me tornou imortal, me amaldiçoou a dor eterna. Viverei dia após dia vendo o mundo ser tomado pela destruição.
   - E é isso que pretende fazer? - Perguntou Ezequiel, parecendo frustrado. - Vai ficar parado, empacado no mesmo lugar esperando o mundo ser destruído dia após dia?
   Adão fechou o rosto de repente, exibindo um olhar sádico.
   - Não, eu quero vingança!
   - Não faça isso, Adão, vingança não leva a lugar nenhum.
  - Tudo bem... - disse o menino estendendo as mãos, simbolizando que concordava. - Então eu quero justiça!
   - Justiça é apenas um nome mais leve para vingança, Adão. - Replicou o anjo.
Adão bufou nervoso.
   - O que você quer de mim então? - Perguntou ele. - Me pede para não ficar parado, mas quando digo que irei agir, fala que é errado. O que quer que eu faça então, Ezequiel? Ficar parado e esperar dia após dia? Ou atacar Alastor e tentar vencê-lo?
   - Nem um, nem outro. - Falou o anjo em resposta. - Os seres humanos são engraçados, para tudo o que existe eles criam dois caminhos, o bom e o ruim.
   - E não é assim? - Perguntou Adão.
  - Claro que não, menino! - Ezequiel falou de forma descontraída. - Tudo já vem pronto, os caminhos já estão pré-definidos. “Ou você vai pela direita ou se não pela esquerda”. Isso está errado! Cada um cria o seu caminho, seja pela esquerda, direita, de ponta a cabeça, da forma que quiser. Ter duas ou mais opções não é livre arbítrio, livre arbítrio é quando você cria o seu caminho e as opções. Na verdade, o livre arbítrio é liberdade, e o que é a liberdade se não criar sua própria vida. O que cabe a eu fazer, é te aconselhar, mas nunca comandar a sua vida. Nunca faça uma escolha, Adão, apenas siga o seu coração e o que acreditar ser bom. Mas preste bastante atenção, pois o que pode ser bom para você, pode não ser tão bom para o seu irmão.
   - Nunca devo passar por cima de ninguém para conquistar meus objetivos, é isso? - Perguntou Adão.
   O anjo sorriu.
  - Exatamente isso, pequeno. Trate até mesmo o seu inimigo com bondade. Se agir com hostilidade, está dando a ele o direito de agir da mesma forma. Mas lembre-se, isso também se aplica a você: se ele te ferir, lhe deu o mesmo direito de retorno, mas se irá fazê-lo ou não, depende apenas de você.
   - Sinto muito, Ezequiel, mas para mim, isso que disse também é vingança. - Falou Adão sorrindo.
   - Interprete como quiser. - E o anjo também sorriu. - Agora acho que já vou indo, pequeno. Vejo que tem muito trabalho pela frente - Ezequiel apontou para os corpos ensanguentados. - Eles merecem um túmulo, um funeral e uma oração.
   - Vou cuidar disso agora mesmo. - Falou Adão, sentindo a tristeza o dominar mais uma vez.
Percebendo a recaída do menino, o anjo se aproximou e o abraçou bem forte, dizendo:
  - Tenha paciência, Adão. Tudo acontece quando tem que acontecer. Estarei sempre perto de você, lhe guiando, mesmo que não me veja e pense que lhe abandonei.
   - Obrigado. - Disse o menino, cheio de lágrimas nos olhos. E então o anjo desapareceu e Adão se viu abraçando o nada.